1. Introdução
O exame contrastado da hipofaringe e esôfago, também conhecido como barium swallow, é um estudo radiológico que utiliza contraste, geralmente sulfato de bário, para avaliar a anatomia e a função do trato gastrointestinal superior. É amplamente utilizado para investigar sintomas como disfagia (dificuldade para engolir), dor torácica atípica, suspeita de obstrução, tumores, refluxo gastroesofágico, fístulas, acalasia e esofagite. Este exame é essencial para diagnosticar condições que afetam a deglutição e a saúde digestiva, sendo uma ferramenta acessível e eficaz.
Pergunta para discussão: Quais sintomas levariam um paciente a realizar este exame?
2. Anatomia e Fisiologia
A hipofaringe, ou laringofaringe, é a porção inferior da faringe, localizada entre a orofaringe e o esôfago, iniciando-se na prega faringoepiglótica (nível do osso hioide) e estendendo-se até a cartilagem cricoide (nível da vértebra C6). O esôfago é um tubo muscular dividido em porções cervical, torácica e abdominal, responsável por transportar o bolo alimentar da faringe ao estômago. A deglutição é um processo complexo que envolve a coordenação de músculos e nervos para garantir a passagem segura dos alimentos, evitando aspiração.
3. Fundamentos do Exame
O exame contrastado utiliza substâncias como sulfato de bário ou contrastes iodados hidrossolúveis para visualizar a hipofaringe e o esôfago por meio de radiografia ou fluoroscopia. Pode ser realizado como um estudo de contraste simples (apenas bário) ou duplo (bário com agente efervescente). As principais indicações incluem disfagia, refluxo gastroesofágico, suspeita de tumores, estenoses, fístulas e acalasia. É contraindicado para gestantes devido à radiação e para pacientes com alergia a contrastes iodados. O paciente deve estar em jejum de 4 a 6 horas antes do exame.
4. Técnica do Exame
O procedimento é realizado com o paciente em pé ou deitado, dependendo do protocolo. O contraste é ingerido oralmente, e imagens são capturadas em posições ântero-posterior, lateral e oblíqua usando um fluoroscópio. Durante o exame, o paciente pode ser instruído a dizer "Eeeee..." para distender a hipofaringe. A avaliação dinâmica da deglutição e da motilidade esofágica é essencial. Cuidados incluem monitoramento de reações adversas e proteção contra radiação.
5. Interpretação de Resultados
Achados normais mostram contornos regulares, motilidade preservada e ausência de extravasamento de contraste. Achados patológicos podem incluir estenoses (como anel de Schatzki), refluxo gastroesofágico, divertículos (como o de Zenker), acalasia (dilatação esofágica com "bico de pássaro") ou fístulas. A interpretação correta evita confusões com artefatos ou variações anatômicas normais.
6. Complicações e Cuidados Pós-Exame
Complicações são raras, mas incluem aspiração do contraste, reações alérgicas (com contraste iodado) e constipação (com bário). Após o exame, o paciente deve se hidratar bem e monitorar sintomas como dor abdominal ou dificuldade para evacuar. Orientações claras ao paciente são cruciais para sua segurança.
7. Conclusão e Dúvidas
O exame contrastado da hipofaringe e esôfago é uma ferramenta valiosa para diagnosticar patologias do trato gastrointestinal superior. Profissionais de saúde devem estar familiarizados com a técnica, interpretação e cuidados para garantir resultados precisos e seguros. Uma sessão de perguntas e respostas pode esclarecer dúvidas e reforçar o aprendizado.