Curso Técnico em Radiologia
A Densitometria Óssea (DO) é uma técnica fundamental que emprega um equipamento para a leitura da densidade mineral óssea (DMO).
A principal aplicação da DO é a detecção precoce de osteoporose, doença caracterizada pela baixa massa óssea, aumento da fragilidade óssea e consequente aumento do risco de fraturas.
A densitometria óssea por raios-X de dupla energia (DXA) é considerada o padrão ouro para o diagnóstico de osteoporose pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1994.
A técnica também é capaz de identificar a osteopenia, ou baixa massa óssea, quando a DMO se encontra entre 1 a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem.
A DXA utiliza radiação ionizante, baseando-se na atenuação sofrida pelos raios X ao atravessar os diferentes tecidos do corpo.
O exame é considerado seguro e não invasivo, pois utiliza baixa quantidade de radiação. A dose é aproximadamente dez vezes menor do que a de um raio-X de tórax.
O uso de raios X com dupla faixa de energia possibilita a determinação do Conteúdo Mineral Ósseo (CMO), que é a quantidade de mineral em gramas contida em uma projeção do osso.
A DMO é obtida dividindo-se o conteúdo mineral pela área óssea do local, sendo expressa como g/cm². A densidade medida pelo DXA é areal, não volumétrica.
O exame é rápido e indolor. Dura entre 10 a 15 minutos. O paciente permanece deitado imóvel em uma maca.
A padronização e o controle no modo de condução operacional na realização e análise do exame são fundamentais. O protocolo do exame deve ser padrão, visando aumentar o grau de certeza diagnóstica.
O exame não consegue prever quem terá uma fratura, mas estima o risco relativo. Condições como deformidades na coluna lombar ou operações na coluna podem limitar a avaliação. O exame não deve ser realizado na presença de dor, espasmo ou contratura que impeçam o posicionamento adequado do paciente na mesa.
Equipamentos descalibrados aumentam os riscos de erros de diagnóstico. O equipamento DEXA II da Hologic exige uma rotina diária de calibração (realização de scans com phantoms).
A determinação do CV do equipamento é uma ação que permite determinar e quantificar a qualidade do exame. O CV% deve ser calculado individualmente e unicamente para cada equipamento. O estudo da precisão deve ser realizado in vivo. Acompanhando o %CV, é possível identificar problemas nas aplicações das técnicas de posicionamento ou análise.
Os critérios da OMS definem o diagnóstico para mulheres pós-menopausadas e homens com idade superior a 50 anos, utilizando o T-escore:
| Condição | T-escore (Desvio-Padrão) | Definição |
|---|---|---|
| Normal | Maior que –1,0 DP | |
| Osteopenia | Entre –1,0 DP e –2,5 DP | Baixa massa óssea |
| Osteoporose | Menor ou igual a –2,5 DP | |
| Osteoporose Grave | T-escore ≤ -2,5 DP | Acompanhada de pelo menos uma fratura por fragilidade óssea |
Formatos para Laudo: O T-escore deve ser relatado com 1 casa decimal (exemplo: -2.3). A DMO deve ter 3 casas decimais (exemplo: 0,927 g/cm²).
O FRAX (Fracture Risk Assessment Tool) é um algoritmo que calcula a probabilidade de fratura (quadril ou osteoporótica maior) em 10 anos. Ele utiliza fatores clínicos de risco (como idade, sexo, uso de glicocorticoides e história familiar) e a DMO do colo femoral (opcional). O FRAX auxilia na identificação dos pacientes com probabilidade de fratura acima do limiar de intervenção.
O laudo deve ser elaborado por médicos radiologistas.
O equipamento digital gera imagens no formato DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine).
A telerradiologia torna a densitometria viável mesmo em locais remotos, pois permite que o radiologista interprete as imagens e registre as conclusões no laudo, assinado digitalmente (certificado pela SBIS). Empresas podem oferecer treinamento a distância para boas práticas na condução do exame.
A lista a seguir reúne os materiais utilizados para a compilação deste conteúdo didático: